Existem na Serra de Montejunto perto de uma centena de grutas e algares pelo que é possível a prática de espeleologia, a viagem a estes espaços são uma experiência inesquecível.
As grutas e algares da Serra de Montejunto constituem uma importante parcela do rico património natural e construído desta área natural regional, onde se conservam registados e parcialmente conservados muitos aspetos fundamentais da história da evolução geológica e biológica da Terra e da nossa passagem por ela. Existem várias dezenas de grutas e algares distribuídas por toda a área da Serra, sendo a maior parte delas de pequenas dimensões ou de desenvolvimento vertical, apresentando, por isso, reduzido interesse turístico. A sua exploração e estudo estão praticamente reservados aos especialistas, dadas as dificuldades e perigos que apresentam. Por este motivo, a sua visitação por parte de pessoas que não dominem as técnicas básicas de exploração subterrânea só deverá ser efetuada na companhia de espeleólogos devidamente credenciados. As cavidades naturais que se desenvolvem nos calcários do período Jurássico (há 70 milhões de anos) são sobretudo importantes do ponto de vista científico, nos domínios da geologia, arqueologia, paleontologia e biologia. A sua formação tem origem na ação química e mecânica das águas da chuva, que caindo sobre os maciços calcários provocam a dissolução da rocha e o alargamento das pequenas fissuras e fraturas. Uma das etapas da história da evolução do homem está intimamente ligada às grutas. Estas foram, ao longo de toda a pré-história, locais de abrigo, habitação, culto e necrópole, facto que ficou bem registado em muitas grutas da Serra de Montejunto. As grutas da Salvé Rainha, Bom Santo, Fontainhas, Buracos Mineiros, Furadouro, Covão das Pias, Casa da Moura, S. Salvador, Charco e Pragança são algumas das cavidades onde foram recolhidos inúmeros testemunhos da presença e ocupação humana nesta região. Como tal, estes locais assumem uma importância vital para o estudo do nosso passado e devem ser meticulosamente estudados e preservados por especialistas. No entanto, não foi só o homem pré-histórico que se serviu das cavernas de Montejunto para se abrigar e proteger. Muitos animais competiram com o homem na ocupação desse espaço privilegiado, que os defendia do frio ou dos predadores. Por isso, é frequente encontrar nas camadas de terra, existentes nas grutas, inúmeros vestígios de outros animais, alguns dos quais muito anteriores ao homem. Na gruta das Fontainhas, por exemplo, foram recolhidas falanges de cavalos e diversos ossos de lince, cabra, urso das cavernas e cervídeos, datados do Quaternário (há 2 milhões de anos). Tendo em conta a grande sensibilidade ambiental das grutas e a variedade de testemunhos (geológicos, arqueológicos, paleontológicos e biológicos) ali presentes, alguns dos quais únicos para compreendermos o nosso passado, como espécie, e a sua relação com o meio envolvente, é importante defender e preservar qualquer destes vestígios. Para a ciência, a proteção das grutas é tão importante como a proteção dos manuscritos nos arquivos. O estudo e defesa das Grutas e Algares da Serra de Montejunto tem ocupado vários especialistas e organizações, com especial destaque para os 25 anos de atividade do Espeleo Clube de Torres Vedras. No entanto, a sua preservação deve constituir uma preocupação de todos nós, tal como fazemos para os rios, florestas, animais e oceanos.
INFO EXTRA
De acordo com a legislação que regulamenta a animação turística, designadamente Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de maio alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 95/2013, de 19 de julho, informa-se que está disponível no portal do turismo, a listagem das entidades reconhecidas para a prática de turismo de natureza que lhes permite operar dentro das Áreas Protegidas.
Para mais esclarecimentos deve consultar o ICNF através do link http://www.icnf.pt/portal/turnatur/ativ/at-reconh e a consulta do site do Turismo de Portugal através do link http://www.turismodeportugal.pt/Português/turismodeportugal/Pages/Serviços RNT.aspx.